Durante uma exposição em SP, o galerista Thomaz Pacheco pôs uma suposta obra de Tarsila do Amaral à venda e despertou suspeitas vindas de especialistas no assunto. Será que a obra é falsificada ou original?
Entendendo a história
O proprietário da obra de arte é um homem com raízes libanesas que alega ter recebido a obra de arte como presente de casamento na década de 60. Diz ainda que o quadro sobreviveu a ataques em 81, no Líbano, e permaneceu enterrado sob um piano. Após decidir se mudar para o Brasil, trouxe consigo a suposta obra de Tarsila do Amaral.
O Libanês afirmou ter consultado galeristas que confirmaram a autenticidade da obra de arte, porém, alegaram que o processo de certificação seria extenso, uma vez que a tela não consta no catálogo raisonné de Tarsila e exige a aprovação de especialistas.
O que os especialistas dizem?
Segundo o galerista Thomaz Pacheco, a ausência da obra de arte do catálogo foi motivada pelo quadro estar fora do Brasil durante sua produção. Após a exposição, uma pessoa próxima à organização do catálogo de Tarsila disse que o quadro avaliado em 16 milhões de reais não foi feito pela renomada artista.
Jones Bergamin, da Bolsa de Arte, diz que “A obra não é autêntica, caiu de paraquedas de algum lugar que ninguém sabe de onde, sem histórico”.
As suspeitas aumentaram quando uma obra que dizem ser autêntica é avaliada em 16 milhões. Especialistas dizem que se fosse de fato uma obra de arte original, seria muito mais valiosa, beirando os 30 milhões.
O que acontece agora?
A SP-Arte esclareceu que a tela nunca foi aprovada para a exposição e que sequer possuíam ciência de sua presença, em decorrência disso, solicitou a documentação de comprovação, que estava guardada no cofre da galeria em São Paulo.
Devido a tantas suspeitas e questionamentos, a suposta obra de arte passa por testes para verificar sua legitimidade na Universidade Federal do ABC, realizadas por Fabiana Trindade
O processo minucioso de avaliação irá comparar a composição das tintas com as obras já certificadas, o que levará em torno de 90 dias para emissão do laudo definitivo. Após os testes, o galerista Thomaz Pacheco buscará a avaliação da renomada especialista em obras de Tarsila do Amaral, Aracy Amaral.
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